"Entre o desejo de ser
e o receio de parecer
o tormento da hora cindida
Na desordem do sangue
a aventura de sermos nós
restitui-nos ao ser
que fazemos de conta que somos."
É Mia Couto traduziu de forma mais bela o que deveras sinto nesse momento, porque há coisas que não irei mudar nunca e não porque não quero mudar, porque não consigo pois faz parte de mim, esse é o meu eu, não consigo parecer o que não sou, não quero parecer o que não sou, não consigo fingir simpatia, apenas acho que não sou simpática, fingir que algo me agradou caso não tenha de fato agradado, não fingiria mesmo, aprendi a pensar mais em mim e uns dizem que isso é egoísmo, mas isso é o que o outro pensa.E também não irei implorar aceitação. O que eu sou diz respeito a mim, não vou dizer o que você gostaria de ouvir, e sei que tenho desejos mórbidos e que me sinto feliz em causar incômodo em alguém, me sinto feliz em contrariar,me sinto feliz em dizer não quando você quer ouvir um sim, e sabe de uma coisa cada palavra, cada gesto, cada sentimento que demonstro, é uma parte minha, é algo de verdade, não costumo fantasiar, já passei dessa fase e colhi aprendizados, e não estou aqui pra agradar ninguém. Gosto de andar só, ou com poucas pessoas, onde sei cada particularidade dessas pessoas, pessoas das quais realmente gosto, nunca gostei de multidão, desde criança e agora adulta porque mudaria!?
Essa frase resume muitas coisas "o problema está nos outros", pois o outro sempre espera algo de você, os outros (sociedade)esperam um determinado comportamento de você, os outros (família)esperam que você alcance as expectativas que eles geraram sobre você, e você fica em meio a esse jogo, esse tormento, por hora perdido, tentando agradar a um e a outro, até que um dado momento você se dá conta "peraí, essa é a minha vida!", e quando você se dá conta meu caro, se joga! Pode demorar esse dia, mas acredite, ele chega, e quando chegar não perca nem um minuto, Viva!
Drih
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