quarta-feira, 14 de março de 2012

Paradoxo da música "Ai se eu te pego" - Excelente!

Análise literária da música AI SE EU TE PEGO, pelo professor Edmilson Borret.
Já que professor de literatura sou, dediquei alguns minutos do meu
precioso tempo para me debruçar sobre a letra desse “fenômeno” de
crítica e público que assola as rádios e tv’s, não só do Brasil, mas
também do mundo: “Ai, se eu te pego”, desse grande artista chamado
Michel Teló.

Uma letra de música tão profunda, filosófica e poética como essa
merece, sem sombra de dúvida, uma análise literária mais esmiuçada…
Então vamos lá!
“Delícia, delícia
Assim você me mata”
Nos versos acima, nota-se de imediato que o eu lírico expressa
metaforicamente seu deleite sexual, chegando mesmo – pode-se dizer – a
um estado de clímax sexual, um orgasmo.
Entretanto, à medida que
avançamos na leitura da letra da música, percebemos logo no verso
seguinte uma ideia parodoxal que nos leva a constatar que talvez o eu
lírico, através de um eufemismo muito bem elaborado, aponte para uma
das práticas difundidas na tradição literária ocidental,
principalmente a partir do Romantismo. Observem o verso:
“Ai se eu te pego, ai ai se eu te pego”
A anáfora presente nesse verso, com a repetição da interjeição “ai”,
mais uma vez denota a ideia de deleite, de clímax sexual.
Entretanto,
através do papel hipotético conferido pela conjunção condicional “se”,
percebe-se que o eu lírico não chegou, de fato, a um enlace, a uma
conjunção carnal com o objeto de seu desejo: o “ai se eu te pego”
significando algo como “ai, como eu gostaria de te pegar” ou “ai, se eu
pudesse te pegar” (levando-se em consideração também o neologismo já
absorvida pela linguagem coloquial quando ele usa o verbo “pegar” para
significar o ato sexual).
Ou seja: se, nos dois primeiros versos, o eu lírico expressa seu
deleite, seu clímax sexual, seu orgasmo; mas, logo imediatamente, nos
dá dicas de que o enlace sexual não ocorreu de fato, somos
forçosamente levados a considerar que o eu lírico é…
UM ONANISTA DE MARCA MAIOR !
(Edmilson Borret)

Fonte :Blog Marcelo Rubens Paiva

Nenhum comentário: